Diversos veículos de comunicação do Peru noticiaram que uma recente ação da ONG Greenpeace danificou a ‘Zona do Colibri’, nas Linhas de Nazca, no Peru. A afirmação foi feita pelo Ministério da Cultura peruano, apontando que os idealizadores interferiam na área de Patrimônio Cultura da Humanidade, aonde é proibida qualquer tipo de atividade para não danificar os desenhos feitos no tempo Inca.
O Greenpeace montou uma mensagem em letras gigantes ao lado do desenho do Colibri, um dos símbolos das Linhas de Nazca. A mensagem dizia ‘Hora de muda: o futuro é renovável’. Segundo as autoridades, o protesto foi feito devido ao Peru estar sediando a 20ª Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, realizada em Lima, capital do país.
O Greenpeace divulgou em seu site a foto com a mensagem e um texto esclarecendo o motivo do protesto. “Os ativistas do Greenpeace do brasil, Argentina, Chile, Espanha, Itália, Alemanha e Áustria montaram a mensagem em homenagem ao povo Nazca, cujos antigos geoglifos são um dos marcos históricos da cultura peruana. Acredita-se que uma das razões para o desaparecimento do povo Nazca pode estar relacionado às mudanças climáticas extremas na região. Hoje, os efeitos no clima causados pelas ações humanos, como queima de combustíveis fósseis (óleo, carvão e gás), estão ameaçando nosso futuro”.
O Ministério da Cultura afirma que não é a primeira vez que os desenhos das Linhas de Nazca são danificados. Há pouco tempo o Rali Dakar, que a alguns anos tem acontecido entre o Peru, Chile e Argentina, também destruiu parte do patrimônio. Os carro, motos e caminhões passaram próximos as linhas, deixando um dos desenhos irreconhecíveis. Em comunicado sobre a ação da ONG, o Ministério da Cultura peruano pediu que todos ajudem na identificação dos responsáveis e que eles sejam proibidos de deixar o país para responderem por seus atos.
Os desenhos estão no Deserto de Nazca há muito tempo e ainda é motivo de muitas pesquisas. Ainda não se sabe o que os desenhos e as linhas representavam para o povo Nazca. Os estudos mais profundos indicam que os desenhos eram réplicas das constelações que o povo Nazca adorava. Além do Rali Dakar e da ação da ONG, as linhas têm sofrido com o descaso e a falta de preservação. A rodovia Panamericana Sur, que corta o Peru, foi construída no meio do deserto e em diversas partes, passa por cima dos desenhos (que ainda não haviam sido descobertos).