O interior da península da Anatólia, como é chamada a porção asiática da Turquia, esconde lugares realmente belos e boas surpresas. Começamos a desvendar a região visitando a cidade de Konya, a capital religiosa do país. A cidade é ampla, com ruas largas, muitos parques e repleta de mesquitas. Sua vocação religiosa veio primeiro através de várias visitadas do apóstolo Paulo, ainda no primeiro século da era cristã. Um pouco mais tarde, se tornou o lar e centro de ensino do filósofo e poeta Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Balkhī, conhecido simplesmente como Rumi ou Mevlana. Nascido no século XIII, Mevlana produziu uma grande obra composta de poesias e idéias acerca do amor de Deus e a vida. Seu livro mais conhecido chama-se Mesnevi e suas idéias tiveram grande impacto dentro do Islamismo Sufi. Seus seguidores fundaram a seita dos Dervixes, conhecidos como Dervixes famosos por dançarem a Semá. Nesta dança, os homens vestidos com saias brancas e longas, giram em torno de si mesmo em uma espécie de transe. Segundo eles, através dos giros, eles podem entrar em sintonia com o universo. Hoje, a tumba de Mevlana foi transformada em um museu e recebe todos os dias milhares de visitantes que vem até ali prestarem suas homenagens a este grande ícone do islamismo.
Nossa exploração de Anatólia central seguiu em direção as ruínas de Afrodisias. A cidade leva este nome, pois nela havia um importante (e grandioso) templo dedicado a deusa grega Afrodite, a deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Afrodite era uma entidade adorada desde o antigo Egito com o nome de Ishtar e depois pelos romanos com o nome de Venus. Sua imagem mais famosa está exposta no museu de Louvre em Paris e é conhecida como a Venus de Milo. Devido ao culto a deusa da beleza, a cidade atraiu muitos artista e estudantes de artes de todas as partes do império. Além disso, Afrodisias ficava ao lado de uma grande pedreira de mármore, que oferecia matéria prima de alta qualidade. As esculturas estão por toda parte, as colunas são ricamente adornadas e o mármore cobre quase todos os edifícios. As ruínas impressionam por sua beleza, conservação e grandeza. Um dos lugares mais belos da cidade é o Boleonterion, uma sala de conselho em forma de semicírculo, toda decorada em mármore com diferentes tonalidades. Outro lugar importante é o templo de Afrodite. Embora parcialmente destruído, ainda revela muito de sua grandiosidade original. Sua entrada, o Tetrapylon é uma das construções mais importantes e impressionantes do complexo. Ao lado das ruínas existe também um museu que guarda obras originais e restauradas encontradas na cidade.
Nossa última parada nesta região foi em um dos lugares mais impressionantes do país, a cidade de Pamukkale. A primeira coisa que se vê, desde grande distância, são as encostas totalmente brancas da montanha, como se fossem cobertas de neve. O nome Pamukkalle quer dizer, Castelo de Algodão. Mas o que cobre a montanha não é algodão, nem tampouco neve. A capa branca é composta de cálcio, mas precisamente carbonato de cálcio. Este mineral é trazido a superfície por águas termais que brotam do interior da montanha e escorrem por suas encostas. Durante a descida o cálcio se solidifica e formam piscinas naturais. Caminhar por entre estas piscinas e banhar-se em suas águas mornas é um dos passeios mais interessantes na Turquia.
Esta paisagem surreal logo atraiu pessoas de outras regiões que passaram a viver nos arredores de Pamukkale. No século II a.c, o rei de Pérgamo fundou, no topo da montanha, a cidade de Hierápolis que cresceu rapidamente com a fama de lugar ideal para curar várias doenças através das águas medicinais. Por estar em uma zona de terremotos, a cidade foi destruída e reconstruída várias vezes, até que foi finalmente abandonada no século VIII. As ruínas de Hierápolis se espalham por uma grande área protegida pelo governo, mas aberta a visitação. Sua Necrópole é a maior da Anatólia com mais de 12 mil tumbas. Outros lugares mais bem preservados são: a casa de banho, as latrinas, o templo de Apolo e o anfiteatro.
Além das ruínas e das piscinas de cálcio, existem várias outras fontes termais onde é possível nadar e relaxar depois das caminhadas. A principal delas fica dentro das próprias ruínas, conhecida como Piscina Antiga (Antigue Pool). No fundo da piscina encontram-se colunas e objetivos pertencentes a decoração original do lugar. Aqui você pode, literalmente, dar um mergulho na história.
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Peter Goldschmidt
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** Este artigo se refere a viagem feita pela Família Goldschmidt a Turquia em Abril de 2011.
Página original: http://www.goldtrip.com.br/viaje-comigo-turquia-pamukkale/