A Argentina é um país cheio de contrastes. Em todo o seu território é possível encontrar diferentes culturas e paisagens. Salta, na região noroeste do país, é um desses lugares que surpreende cada visitante que desse do avião. A partir dela é possível conhecer os principais atrativos das províncias de Salta e Jujuy, e mergulhar em uma herança cultural de vários séculos.
A gastronomia ‘salteña’ (saltenha) é uma atração à parte. A cidade dá o nome as típicas empanadas. Elas foram criadas com o objetivo de conservar os cozidos de carne para longas viagens. As empanadas de Salta contém carne, batatas, ovos e gordura vegetal. Para os lactovegetarianos, existe a opção de queijo. A carne de lhama também é muito consumida na região. É uma herança dos povos que habitaram esta região no passado, como o Incas. Esta carne é considerada uma das mais leves e com mais proteínas, em relação a carne bovina, suína e de frango. Muitos restaurantes costumam servir a carne ‘a la moda argentina’, como um bife empanado que acompanha arroz e salada.A cidade de Salta é a capital da província que leva o mesmo nome e tem hoje cerca de 500 mil habitantes. É o ponto de partida para visitar os principais atrativos turísticos da região. Apesar de isolada no noroeste do país, a cidade sempre teve uma importância estratégica. No princípio foi construída para servir de parada de descanso na rota que ligava Buenos Aires a Lima, capital do Império espanhol. Depois, serviu como base para a guerra de libertação do povo argentino contra seus colonizadores. Atualmente é uma das maiores cidades do país e possui uma herança cultural e arquitetônica invejável. Seus edifícios possuem um estilo colonial, com a presença marcante dos típicos ‘balcones’ (sacadas). Dizem que são mais de dois mil espalhados por toda a cidade, alguns com até 400 anos de idade. Os seus principais monumentos e edifícios estão localizados ao redor da ‘Plaza 9 de Julio’, seu ponto central. Um deles é a Catedral de Salta, uma linda obra arquitetônica do século 19. A luz que atravessa seus delicados vitrais ilumina as estátuas e quadros do interior da igreja criando uma atmosfera mística. O piso da catedral também chama atenção. Desenhado em formato de cubos, cria um efeito visual de três dimensões. Outro atrativo importante que também está ao redor da praça é o Museu Arqueológico de Alta Montanha. Nele, estão conservadas as múmias de três crianças encontradas em uma montanha da região. Estudos apontam que estas crianças foram usadas como sacrifícios dos Incas, prática comum e característica deste povo.
Além de ser uma cidade interessante, Salta serve como ponto de partida para os viajantes que desejam descobrir a região. Em passeios diários é possível conhecer as belas paisagens altiplanicas, o vale Calchaqui, as quebradas andinas, os vinhedos de Cafayate e observar a diversa fauna e flora local. Um dos pontos altos deste passeio é o caminho que leva à pequena e antiga vila de Cachi. Este povoado já era habitado por tribos locais muito antes da conquista Inca. Com o tempo a cidade sofreu diversas mudanças e colonizações, por isto apresenta influências pré-inca, inca e espanhola. Onde havia um antigo curral, os espanhóis construíram a praça central. Ao lado ainda encontramos a antiga igreja e a casa do governante local. Uma curiosidade desta igreja é o seu teto feito de madeira de Cardones, uma espécie de cactos que cresce entre 1.500 a 3.500 metros acima do nível do mar. Perto de Cachi existe a Reserva Nacional de Cardones, onde é possível ver uma floresta de cactos. O antigo prédio do governante de Cachi é atualmente o museu arqueológico mais importante da região. Ali estão guardados objetos e artefatos encontrados nas redondezas da cidade e nas montanas que circulam o vilarejo.
A vila de Cachi está as margens da Rota 40, a estrada que liga o norte ao sul da Argentina. É por ela que seguimos para o sul com destino a Cafayate. Esta estrada que corre por dentro dos vales Calchaquies merece ser percorrida com calma, pois proporciona lindas vistas. As grandes montanhas moldadas pela erosão são a grande atração. A cada trecho da viagem elas adquirem formatos e cores diferentes, fazendo o motorista diminuir a velocidade ou até mesmo parar para tirar fotografias. As formações mais interessantes estão no Monumento Natural Angastaco. As montanhas parecem ter se erguido abruptamente do solo e estão em um ângulo de 45 graus, sempre apontadas para o oeste. Nessa parte, a rota 40 passa por pequenos vales escavados dentro das formações, tornando este trajeto um dos mais bonitos de toda a Rota 40.
Nosso destino foi a pequena cidade de Cafayate, também cortada pela rota 40. Ela vive do turismo e da agricultura e é famosa por suas vinícolas e pelo tradicional vinho ‘Torrontes’. Este vinho branco seco é produzido apenas nesta região. Na cidade é possível visitar as vinícolas e conhecer como são produzidos os vinhos locais. Outra boa dica é visitar o Museu do Vinho no centro da cidade. Ali você descobrirá toda a história desta bebida milenar.
Mesmo com tantos atrativos, as montanhas e os vales são as coisas que mais chamam a atenção por quem viaja pela região. Nas proximidades de Cafayate está a ‘Quebrada de las Conchas’. Este amplo e colorido vale é cortado por um rio que, com suas águas, ajudou a criar formações rochosas incríveis. O ‘Anfiteatro’, por exemplo, é uma das formações mais famosas do vale. Esculpido pela água e pelo vento, este vale abrupto tem uma grande abertura que literalmente lembra um anfiteatro. A acústica do local é incrível. Não é à toa que a orquestra sinfônica de Salta se apresenta anualmente neste palco natural. Já a ‘Garganta do Diabo’ é uma enorme fenda que também foi criada pela erosão. Os mais aventureiros podem subir pelas rochas até chegar ao fim da fenda. Realmente é uma visão diferente da parte de dentro da montanha, como se você estivesse no meio da terra.
Outro passeio interessante que se pode fazer a partir de Salta é visitar a vizinha província de Jujuy. A região ao norte é conhecida pelas suas montanhas multicoloridas, formadas por diversos minerais que afloram da terra. Um dos seus lugares mais emblemáticos é a pequena vila de Purmamarca e seu “Cerro de siete colores”. Mas além das cores de sua terra, Purmamarca é também conhecida pelas cores do seu artesanato. Todos os dias ela recebe centenas de visitantes que percorrem a pequena feira instalada ao redor da praça central.
Purmamarca faz parte de uma região conhecida como Quebrada de Humahuaca, um dos pontos turísticos mais famosos no norte da Argentina. Este imenso vale foi no passado o caminho usado pelos colonizadores Incas e posteriormente palco das principais batalhas pela independência do país. Além de sua importância histórica, o vale e a cidade de Humahuaca são dotados de uma beleza inigualável. Altas montanhas multicoloridas erguem-se ao seu redor tornando qualquer viagem extremamente agradável. Não é à toa que ele é habitado a milhares de anos. Sua capital arqueológica é a vila de Tilcara. Ali foi construído no século IX um imenso Pukara, que significa fortaleza na língua Quechua. Esta imensa construção domina o alto da colina e possui uma das melhores vista do vale. Parte do Pukara foi reconstruído pelos arqueólogos e é parada obrigatória para quem visita à região.
Como você pode ver, a cidade de Salta é apenas o ponto de partida para quem deseja conhecer esta linda região. Há muito mais o que ver e descobrir. Os próprios trajetos entre as cidades são por si só um atrativo. Recomendamos ficar de 6 a 7 dias inteiros na região e descobrir todas as suas vilas, vales e montanhas. Para saber mais, entre em contato conosco através do site da Gold Trip – www.goldtrip.com.br. Boa Viagem!
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